segunda-feira, dezembro 18, 2006

Que inveja estou dos peles vermelhas

Porque hoje os colorados amanheceram campeões do mundo. E eu não pude deixar de me lembrar da manhã que amanheci quase campeão do mundo.

Era uma manhã de dezembro de 1999. O Palmeiras, atual campeão do continente americano, combateria o Manchester United, atual campeão do continente europeu, pelo título do mundo. Deu Manchester, 0 a 1. O nosso maior ídolo, Marcos, não interceptou um cruzamento pela ala direita, que não fora impedido por Júnior Baiano, e o atacante inglês me fez chorar naquela manhã.

Chorei mais ainda, porque após o choro do fim do jogo, e o gosto amargo de trancar o grito de campeão do mundo na garganta, tive que enfrentar uma chuva fúnebre para ir trabalhar. Aquele dia era um dia útil. Que, para mim, só foi para os corintianos.

Para falar a verdade, não me lembro se estava chovendo naquela manhã, nem se era uma manhã de dezembro. Eu poderia pesquisar a fundo isso, hoje há a Internet, mas eu não quero. Preferiria me esquecer daquele dia todo. Então, me contento em me esquecer algumas de suas partes. Como o nome do inglês (se era inglês) que me fez chorar, a data exata daquele dia, se chovia ou não. Para a minha tristeza, estes detalhes não importam, não fariam a tristeza ser maior ou menor.

E hoje, enquanto os colorados estão no Nirvana, estou aqui no inferno, com a minha tristeza, vendo as possíveis movimentações de contratações que podem ocorrer no Parque Antártica. Soube que Edmílson e Gustavo (Paraná, 2006) estão próximos do Verdão, a pedido do novo técnico, Caio Júnior. Possíveis contratações que fazem sentido, uma vez que a nossa zaga foi uma das mais vazadas no último campeonato.

Parece que, até agora, tudo está fazendo sentido. A saída do Palaia, a entrada de um diretor da turma do Beluzzo, a vinda de um técnico com idéias coerentes, possíveis contratações que podem ser muito úteis. Porém, a única coisa que vejo sentido é na minha tristeza. Que deve perdurar por muito tempo, pois ainda há um grito entalado na garganta desde aquele dia de 1999. E porque não há nenhuma perspectiva de desentalar grito algum, pelo menos pelo ano seguinte.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Boa sorte, Sergião!

"Espero que o Palmeiras tenha um melhor desempenho no ano que vem, mas, para isso, as pessoas têm que analisar tudo, todo o sistema. Deixo o meu abraço e os meus votos de boa sorte.", com essas palavras (ver publicação deste trecho aqui), Sérgio despede-se do Verdão, ao fim da partida contra o Fluminense, 1 a 1, no Maracanã, neste último domingo.

E eu espero que a diretoria escute estas palavras.

Não só porque Sérgio é uma personagem de muito respeito na história do clube e na minha vida também - o primeiro título que comemorei na vida, nos idos de 1993, foi com o Sérgio nas metas. Mas porque são palavras sensatíssimas. O Palmeiras precisa de uma reformulação geral, senão, não irá lutar por títulos. E a diretoria que é a responsável por isso. É sua obrigação.

Eu disse que o Sérgio despede-se do Palmeiras. Sim, muito provavelmente, ele não renovará com o Verdão - o que concordo, pois penso que não há mais espaço para ele - devendo ir para o arqui-rival Corinthians.

E mesmo se for para defender o Timão, eu desejo toda a sorte para o Sérgio. O Corinthians é o Corinthians, é um time grande, porque é nosso rival. E Sérgio merece defender as metas de um time grande.

Muito obrigado, Sergião! Você fez muito pelo Palmeiras, e merece ser feliz!

quarta-feira, novembro 29, 2006

Sob(re) protestos

A torcida que compareceu ao Parque Antártica no último domingo, quando o Palmeiras apanhou de 1 a 4 do Internacional, teve toda a razão em ficar irada. Mas ficar irado não dá o direito a ninguém a agredir os outros. É condenável o que os torcedores das numeradas fizeram, quando invadiram o camarote dos diretores. E é muito mais condenável ainda o que alguns fizeram com o Sergião. Alguns, ditos, torcedores atiraram uma pedra contra o carro do goleiro que quase atingiu a sua esposa.

Aliás, esses aí que se excederam em sua ira, se fossem torcedores mesmo do Palmeiras, nem iriam ao estádio. Desde Palmeiras 4 x 2 Vasco, no segundo turno deste ano, que não vou ao estádio. Meus motivos? Nos demais jogos, Marcos se machucou e ficou de fora. E para mim, o Palmeiras, sem Marcos, hoje não tem brilho. Fora que o time seguiu numa escalada de tropeços que transcendeu ao âmbito das quatro linhas. Um gritante exemplo foi a patética demissão de Tite. Que pediu demissão, sim, mas isso era a única coisa que um profissional honrado poderia fazer após o esdrúxulo calaboca do Sr. Palaia. E depois, o referido senhor veio aos microfones conclamando a torcida a ir ao estádio! E mais depois, o mesmo fez aquela auto-entrevista, numa tentativa bisonha de atacar a mídia, mas que só fez expor ainda mais o nome do Palmeiras à galhofa.

Protesto válido foi o daqueles que puseram nariz de palhaço no estádio. Fica aqui o registro. Mas protestam mais efetivamente ainda aqueles que não vão aos estádios. Cada vez mais começo a crer que somente quando o time entrar em campo sem uma única alma viva nas arquibandas, que essa gentalha que comanda o Palmeiras irá se conscientizar que estão acabando com o time. Só espero que isso não aconteça quando o time e a torcida acabarem. Porque aí, ninguém irá mais ao estádio mesmo.

terça-feira, novembro 21, 2006

Juventude 3x2 Palmeiras

(Em busca da alegria perdida)

Não vi o jogo. Acredito que o veria, se o São Paulo não estivesse para ser campeão - o jogo do São Paulo foi aqui, o do Palmeiras lá em Caxias, mas foi o jogo do São Paulo que passou na tv. Apenas vi os gols.

O Palmeiras perdeu. E perdeu a chance de se garantir na Série A nesta rodada, adiando para a próxima. Ai que triste! O objetivo do Verdão é se garantir na Primeira Divisão...

Mas é a realidade. Triste, dura, mas realidade. E por essa realidade, temos que ver as nossas prioridades. Primeiro: ficar na Primeira do Brasileirão. Segundo: planejar a temporada de 2007, definir elenco, comissão técnica, objetivos. Ano que vem, para nós, tem o Paulistão, a Copa do Brasil e o Brasileirão. Para a nossa torcida, o importante é ser campeão, de qualquer coisa. Para as finanças, o importante é ser campeão e ir para a Libertadores (não necessariamente nesta ordem, e não obrigatoriamente as duas metas). Mas, para o psicológico e, diria eu, estrategicamente para a conquista de todos os objetivos - os títulos, o dinheiro e a confiança da torcida - o importante é voltar a ser temível no Parque Antártica.

Sim, os adversários têm que tremer de medo de jogar no Palestra Itália. Têm que ficar recuados, acuados na defesa, serem fustigados os noventa minutos. Eu me lembro da década de 80, a década perdida da nossa história, em que não ganhamos um título. Contudo, quem vinha ao Parque Antártica vinha com medo. Houve até um grande período de invencibilidade, que durou quase uma centena de jogos, quebrada (se não me engano) pelo Bahia, 1 a 2, em 1990.

Porém, não é isso que tem acontecido nos últimos anos. Aliás, não é isso que acontece desde a queda para a Série B - eis, talvez, um dos principais fatores para os nossos reveses nos últimos tempos. O que tenho visto, desde então, é o adversário vir aqui e se sentir à vontade, algumas vezes saindo na frente do marcador e ficar com a posse de bola, todo pimpão. Está errado! O Porco tem que ter a posse da bola o tempo todo, e tem que procurar o gol todo o instante. Fez o primeiro gol, tenta o segundo. Fez o segundo, tenta o terceiro. Fez o nono, tenta o décimo. Torcedor está no estádio para ver gol. Lá fora, o Verdão pode até jogar com o regulamento debaixo do braço, mas aqui, tem que balançar as redes, sempre. Eu duvido que o Palmeiras jogando com esta mentalidade, o Palestra não estará cheio em todos os jogos. E estádio cheio é alegria para todos.

Alegria essa a que está faltando na vida dos palmeirenses.

segunda-feira, novembro 13, 2006

Palmeiras 2x1 Botafogo

Não vi nem ouvi o jogo. Vi um compacto com os gols. Vi que o gol de Enílton foi realmente impedido, vi o Diego defendendo bolas dificílimas e vi o Valdívia participando dos dois alviverdes da partida.

Depois, vi o Marcos no Terceiro Tempo do Milton Neves, sendo justamente homenageado. Como disse o dr. Osmar, eu o senti abatido. E como disse o meu maior ídolo Velloso, Marcos deve jogar. Se está bem fisicamente, deve jogar.

Mas o Diego não está catando tudo? Está, tenho que reconhecer. E eu diria mais, ele salvou o Palmeiras da derrota ontem. Pois eu vi também o Márcio Careca (ai meu Deus!) bisonhamente perder um gol feito,e vi outros gols perdidos. O Botafogo poderia ter feito 3 a 2 na gente.

Mas o Diego ainda não é ídolo, e talvez nem seja. Martelo novamente o assunto. O futebol brasileiro é carente de ídolos. Nós temos um. Quer dizer, temos o Edmundo também. Mas o Marcos é ídolo só do Verdão, o Animal é também do Vasco. Se nós temos ídolo, e se ele está com condições físicas de jogo, tem que jogar. O Diego é um excelente goleiro, e merece que a diretoria o afague, que refaça o contrato, que aumente o salário, etc. Mas o titular tem que ser o Marcos.

Bem, depois (hoje) li a repercussão da vitória de ontem e soube que Edmundo tornou-se ontem o terceiro maior artilheiro dos Brasileirões. Parabéns! Não é pouca coisa, e é uma honra que tenha chegado a tal marca com a camisa do Palmeiras.

E li também as declarações dos jogadores a respeito da partida. Alguns trechos a seguir:

De Paulo Bayer: "Nós vivemos um período difícil. Então tem que aceitar as críticas e trabalhar. Quando não está bem, tem que trabalhar. Então temos que entrar em campo e fazer o que estamos fazendo. Não tem porque falar nisso agora, que estamos em um bom momento". (no UOL: "Edmundo exalta os 'velhinhos' do Palmeiras").

De Edmundo: "Se depender da gente, vamos conseguir algo melhor neste campeonato. Agora é sentar, organizar. Ver quem vai ficar, vai sair. Temos que planejar direito como será o próximo ano. Como fizemos um pouco na época do Copa do Mundo e começar e terminar o ano com o mesmo planejamento". (no Terra: "Edmundo se isola como 3º maior artilheiro dos brasileiros").

Agora, uma declaração de um dirigente da Mancha Alviverde que me chamou a atenção: "Entendemos que vários jogadores não merecem vestir a camisa do Palmeiras, mas a culpa não é deles por serem limitados e sim de quem os contratou. São limitados, só podemos cobrar de quem tem condições". (no UOL: "'Bem-humorada', Mancha promete poupar jogadores e mirar cartolas")

Vocês podem tirar suas próprias conclusões a partir das reportagens, mas eu conclui o seguinte: são todos uns sabichões.

Jogador de futebol de um time como o Palmeiras ganha, e ganha bem, para trabalhar. O torcedor que paga o ingresso tem todo o direito de criticar, quando lhe convir. Paulo Bayer descobriu a América.

Planejamento. Ah o tal planejamento. Aquilo que parece que só o São Paulo, o Internacional e alguns outros times que, por incrível que pareça, estão lá no topo da tabela fazem. Pena que o Edmundo não é dirigente, pois parece que a diretoria ainda não aprendeu o que tem que ser feito.

Mas a jóia fina foi o que disse o dirigente da Mancha Alviverde. Tem que se cobrar daqueles que têm condições de retribuir. Não é à toa o Edmundo defender os "velhinhos" do Palmeiras, o Paulo Bayer pegar o microfone e falar. São eles que têm condições de oferecer algo para a equipe e para a torcida. São eles que podem ser cobrados. Cobrar jogo bonito do Márcio Careca como?! Não dá!

Mas o alvo é esse mesmo, caros manchas - a diretoria. A diretoria que contrata os jogadores e que faz o planejamento. Analisemos esses dados e julguemos.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Diego, o sucessor de Marcos

Sem dúvida nenhuma, os palmeirenses podemos acreditar que não teremos problemas com a camisa 1, quando Marcos vier a parar de jogar - porque eu espero que ele termine sua carreira no Verdão. Diego Cavalieri é o sucessor para esta posição, não só pela qualidade técnica, mas também pelo caráter do jovem profissional.

Diego disse que vai brigar sim com Marcos pela vaga de titular em 2007, contudo nada que vá abalar seu ótimo relacionamento com o ídolo palmeirense. Ele disse que não há vaidades entre eles, que até dividem o mesmo quarto nas concentrações (ver na ESPN: "Diego prevê disputa com Marcos por vaga em 2007").

Diego também declarou compreender os motivos pelos quais Marcos pediu afastamento do time, mais uma demonstração da grandeza do pentacampeão que não colocou seus interesses acima dos do time. E o jovem goleiro também entende que disputar uma vaga com um titã como Marcos só trará benefícios para ele, mesmo se vier a ficar na reserva em 2007.

Eu fico muito satisfeito com tudo isso. Com o Marcos, com o Diego e com a boa disputa entre os dois. Mas penso que com Marcos 100%, Marcos camisa 1.

Os destaques de Palmeiras 3x0 Fortaleza

Uma vitória importante, sem dúvida, mas que não empolga. O Fortaleza está praticamente rebaixado e sem nenhuma motivação para ganhar. 3 a 0 foi pouco.

Contudo, para o Palmeiras, há quatro partidas sem vencer, está de bom tamanho. (Caramba, contentamento com pouco não é bom sinal...)

Bom, eu não vi o jogo, nem ouvi. Apenas vi os principais lances, no intervalo do jogo Atlético-PR x Corinthians. Pelo que vi, a estrela foi Paulo Baier, que participou em todos os lances dos gols.

Mas a mídia em geral destacou a atuação de Valdívia. Bem, eu só vi um chute que ele furou grotescamente, mas os outros viram mais. Não só a mídia tem destacado sua atuação, o próprio elenco palmeirense também (ver no UOL: "Elenco alviverde se rende ao talento de Valdívia"). O que é um bom sinal, uma demonstração de união por parte do elenco.

Mas a torcida que não se empolgue muito. Para não vir a se frustrar no futuro. Uma porque pode ser que ele não vingue, é preciso mais tempo para saber isso. Outra porque pode ser que ele vingue, mas logo seja vendido, como fizeram com o Vagner Love. E aí, bye-bye ídolo palmeirense - que é o que os torcedores sentem falta.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Força Marcão!

Ser palmeirense hoje em dia é uma dureza de tanta tristeza. Fora a óbvia tristeza pela situação do time nos últimos anos, que não ganha nada e está muito aquém do que deveria ser - o Campeão do Século - fico muito triste pela situação do nosso goleirão Marcos.

O Marcos é o maior ídolo da torcida que ainda veste a camisa. E Marcos é meu último ídolo - o meu primeiro foi o Velloso, e tive o Evair e o Edmundo - porque não consigo idolatrar um jogador que seja mais novo que eu. Ainda não tenho elementos para explicar isso detalhadamente, talvez futuramente eu o faça, mas o fato é que se vier a surgir um novo ídolo palmeirense no futuro, eu não o idolatraria. Uma pausa para profecias: Marcos será o último ídolo do Palmeiras, porque, na verdade, eu não acredito que voltem a surgir ídolos atuando no futebol brasileiro.

Mas a explicação para essa profecia é para o futuro. Agora quero falar que me dói muito ver o Marcos sofrendo. O Marcão é palmeirense, ele gosta do time mesmo, veste a camisa. Ficou quando o time foi rebaixado em 2002, mesmo com o prestígio de ser o goleiro pentacampeão do mundo. Com 100% de condições físicas, Marcos é o melhor do mundo, mas há muito tempo ele não chega a essa condição. É visível seu sofrimento quanto a isso.

Além disso, leio que Marcos disse não querer jogar por nome (No Terra: "Não quero jogar por nome", diz Marcos). É por essa humildade que ele é um grande profissional. Só me resta torcer para ele se recupere e volte 100% aos gols do Verdão. Pois vou ser sincero, ver Marcos jogando é o único motivo que tenho para ir ao Parque Antártica.

Escrito em 08/11/2006

Dá-lhe Porco!

Futebol é paixão e paixões não se explicam. Logo, não tenho lá muitas explicações sobre os porquês deste blog. O que dá para explicar é que irei falar muito sobre a Sociedade Esportiva Palmeiras, clube do time de futebol que torço desde que me conheço por gente.

Porém, há uma coisa importante que eu quero deixar bem explicado, apesar de não saber explicar também porque eu sou palmeirense. Meu objetivo com este blog é externar o que sinto e penso sobre o Palmeiras. Definitivamente, não pretendo lucrar nada com isto. Contudo, hoje em dia, com o advento da Internet, vocalizar as opiniões é uma mamata. E o que ganho ao não publicar minhas opiniões sobre esta minha paixão?

Mas nem tudo será emoção. Tentarei temperar os textos com uma boa dose de racionalismo, afinal, pretendo agregar algum valor nisto tudo. Quem sabe consigo ajudar de alguma forma o meu time querido? É o que veremos adiante.

Em tempo. Por que "Dá-lhe Porco!"? Bem, inicialmente eu queria ser bem sarcástico, e intitular isto aqui de "O Porco Imundo" ou o "O Diário do Porco". No fim, escolhi o grito de torcida que sei desde quando fui pela primeira vez num estádio de futebol, nos idos de 1986, lá no Pacaembu. Palmeiras 2 x 0 Corinthians.