Pela primeira vez, não estou em êxtase com uma vitória do Palmeiras num clássico.
Meu ânimo havia se reduzido a zero, nesta última Quarta de Cinzas. Muito menos pela goleada sofrida em casa diante do Azulão do que pela sacanagem feita pela diretoria contra o Muricy.
Eu tenho as minhas convicções. Acredito que não se deve demitir um técnico devido a maus resultados. A contratação de um técnico faz parte do planejamento que a direção realiza a cada período. E a avaliação do trabalho do técnico deve ocorrer ao final do período (lê-se, contrato). Para constatar que Muricy havia fracassado no comando do Palmeiras, apenas ao final deste ano, confrontando os resultados obtidos com os resultados que eram esperados. Se no meio do caminho se percebe que o técnico não serve, me desculpa meu amigo, então todo o planejamento está errado.
E mais, no caso do Muricy, como considerá-lo como imprestável, se ainda faltam jogadores para o elenco? Não temos atacantes. Se ainda não há os atacantes, a culpa é de quem? Do Muricy? Que eu saiba, ele não é manager do Palmeiras, é apenas o comandante técnico. O manager é o Cipullo, o general-de-campo designado pelo Presidente Belluzzo para conduzir o Palmeiras nas batalhas da temporada.
Quem tinha que cair era o Cipullo! Ou então, que nada se mudasse! Oras, se ainda faltam jogadores, e está difícil, de fato, contratar bons jogadores, se deveria ter paciência e persistir no caminho definido desde o início. É preciso seguir o planejamento. Demitir técnico por causa de uma goleada ou outra é coisa de amador. Essas são as minhas convicções.
Eu não tenho nada contra o Antônio Carlos. Um zagueiraço. Ganhou muitos títulos no Palmeiras. Só tenho contra ele aquela acusação de racismo, quando ele estava no Juventude. Como posso torcer para um técnico racista?
Será que é por isso que eu não me sinto feliz hoje? Ou será que é por que a vitória de ontem é a vitória daquilo que eu não queria que sobreviesse no time que eu amo? Eu não queria que Muricy caísse, muito menos que a coisa se desse como se deu.
Ou será tudo isso e o fato da vitória não ter sido contra o Corinthians, o maior rival, que é impossível de não se comover quando derrotado?