quinta-feira, setembro 24, 2009

E o carro alviverde, imponentemente, continua liderando a corrida...

Sei que o Verdão é o líder do Brasileirão, mas quero falar de outra coisa agora. No fim, tem a ver com o Verdão, que é líder do Brasileirão, pois vou falar sobre uma forma de ver os clubes que disputam uma competição de pontos corridos.

Quero fazer uma metáfora sobre a disputa do Brasileirão. No Fantástico, o Tadeu Schmidt apresenta a metáfora da corrida de cavalos para representar a corrida dos clubes pelo caneco. Uma boa metáfora, mas simplesinha. Uma outra, que acho melhor, é a que ouvi no Estádio 97. O Sombra compara a disputa do Brasileirão a uma corrida de Fórmula 1, onde cada volta da corrida é uma rodada da competição. Por exemplo, nesta última rodada, o Palmeiras fez uma volta melhor que o São Paulo, ganhamos 2 segundos de vantagem, ou melhor dizendo, ganhamos 2 pontos de diferença em relação ao nosso adversário imediato. Pois bem, eu quero expandir essa metáfora, pois a acho perfeita para ilustrarmos como um clube deve se preparar para disputar um campeonato de pontos corridos.

Consideremos, então, a competição de pontos corridos como uma corrida de Fórmula 1. Logo, o campeão será aquele que chegar primeiro ao final da última volta. Em miúdos, quem fizer mais pontos até o final do campeonato. Se a disputa é uma corrida de F1, com o que compararemos os carros, nessa nossa ilustração? Fácil. Os carros são os jogadores, onde cada jogador é uma parte diferente do carro, cada um com suas características, distintas uma dos outros, exercendo funções específicas, e devendo funcionar em perfeita harmonia pelo objetivo de fazer o carro correr o traçado da pista o mais rápido possível. Sendo o carro os jogadores, fica fácil de enxergar o piloto como o técnico do time, pois ele é o responsável por guiar o carro pelo circuito. Na F1, o piloto define quais os melhores ajustes aerodinâmicos para correr uma determinada pista, o quanto de combustível o carro iniciará a corrida, em quais voltas acontecerão os pit stops, qual a estratégia de condução do carro. Da mesma forma, o técnico é o responsável pelo elenco. Ele escala os jogadores para cada partida, define o esquema tático de jogo, comanda os treinamentos, trabalha pela evolução técnica e física dos jogadores. Continuando a ilustração, temos as escuderias como os clubes, sendo o board de cada escuderia, como vulgarmente chamamos, a diretoria, que trabalha para garantir que o projeto de design do carro seja executado, que contrata os mecânicos e projetistas e, por fim, escolhe o piloto que irá conduzir o seu carro.

Vendo a disputa pelo Brasileirão desta forma, eu concordo com o nosso piloto Muricy Ramalho, quando diz que o técnico é responsável por 20% pelo sucesso ou fracasso de um time. Os demais 80% são de responsabilidade dos jogadores, pois eles são os carros que estão lá na pista correndo para chegar em primeiro no final da corrida. Se o carro não for bom, se tiver pneus que desgatam demais, ou se tiver um motor menos potente ou que gaste muito combustível, ou se tiver uma suspensão não confiável, você pode botar o Michael Schumacher no cockpit da Super Aguri que não conseguirá fazer com que o carro vença qualquer corrida. Em contrapartida, vimos o Luca Badoer na Ferrari e vimos o vexame que foi a sua performance nas duas corridas em que substituiu o Felipe Massa nesta temporada. Passando para o nosso mundo, não adianta botar o Luxemburgo no banco do Fluminense que aquele time não tem jeito de chegar à Libertadores, assim como é muito temerário dar o comando do nosso Verdão a um Caio Júnior da vida. Para dirigir a nossa poderosa e tradicional máquina tem que ser um piloto de pulso e fibra, que não vai tremer quando estiver sentado ao volante.

Assim, podemos perceber quais as chaves para abrir as portas do sucesso num campeonato de pontos corridos. Percebemos que o mais importante são os jogadores, ou seja, a montagem de um bom elenco, a seguir, vem o perfil do comandante e, por fim, a estrutura física e de profissionais que dá suporte ao time. Assim, concluimos, já que falamos do Campeonato Brasileiro, que o segredo do sucesso do São Paulo nas últimas três temporadas se deveu principalmente ao seu elenco de jogadores e ao Muricy, e não somente à estrutura do clube, como tenho ouvido na mídia por aí. Sem os jogadores que lá estiveram e estão, o São Paulo não seria campeão nem do campeonato de várzea entre os times da Zona Leste, região paulistana onde cresci. Não adianta ter o Ross Brawn na direção e todo os recursos do mundo para projetar um carro, se os melhores profissionais não forem contratados, se as peças adequadas não forem utilizada na montagem do carro e se o melhor piloto não for contratado. Não adianta ficarem arrotando por aí a superioridade e eficiência da estrutura são paulina, se os jogadores do elenco forem o do Náutico e se o comandante do time for o Cuca. Aliás, eu estou morrendo de vontade ver a cara desses caras caso o São Paulo não seja o tetracampeão brasileiro.

Morrendo de vontade, não. Estou torcendo e enfartando a cada volta da nossa Imponente máquina Alviverde. Desta vez, o nosso chefe-de-equipe Belluzzo tem acertado em tudo. Contratou um bom elenco, com jogadores talentosos e com alto poder de decidir jogos, contratou o melhor técnico do futebol brasileiro e não deixou nenhum jogador sair nessa última janela de transferências. Ou seja, estamos com o melhor carro e o melhor piloto, não à toa, estamos liderando o pelotão.

6 comentários:

Pig Pancada disse...

Concordo com tudo. Vamo que vamo!

E mais novidades lá, amigo.

http://pigpancada.blogspot.com/

Grande abraço!

Flávio Ricardo Vassoler disse...

Ivão,

O texto tá com uma fluidez própria ao escape de um fórmula 1 :-)

Belíssimo texto, meu velho! Essa tua polivalência traz a leitura poética de quem não apenas assiste ao esporte, mas também o vivencia. Uma vivência desde dentro, o cheiro da grama, o ronco dos motores.

Tô vendo que você tá feliz com o Muricy, cara, e amanhã, não tenho dúvida, vai ser um jogaço. O Corinthians vai como franco atirador, meu irmão, e não vai ter aquela coisa de um ficar estudando o outro - como aconteceu no jogo entre São Paulo e Palmeiras. A rivalidade entre o Timão e os Bambis tá muito forte agora, então você pode ter certeza de que nós não vamos aliviar, não.

Agora, velho, quanto à questão do valor intrínseco do futebol, o caráter eminentemente subjetivo, bom, isso fica prum observador como você, cara, com um olhar poético que supera de longe a mírdia esportiva. Outro dia eu tava ouvindo o Estádio 97, velho, e te confesso: não dá, cara. A pasteurização é geral. E é tanta propaganda, cara, que você não suporta. Tem o Cartão Verde de quinta à noite na Cultura, não sei se você vê. As discussões são melhores, e tal, mas o formato da mesa redonda anódina também acaba se impondo. A conclusão estéril é que a escalada crescente de profissionalização do futebol traz em seu bojo a completa neutralização do debate.

Continua nessa toada, irmão, seus textos felizmente seguem na contramão. Ah, e eu queria saber a tua opinião sobre a parada do Nelsinho Piquet.

Grande abraço,

Flavião

Ivo La Puma disse...

Flavião, meu Velho! O teu reconhecimento me enche de orgulho e inspiração! Muito obrigado pelas palavras!

Quanto ao Muricy, eu estou, realmente, satisfeito com sua contratação. Desde a era Luxemburgo, eu o queria no Verdão, mas não defendia a simples demissão do Luxa por considerar que não adianta pôr qualquer um no comando do time, não adianta botar qualquer Giancarlo Fisichela no nosso cockpit. Tem que ser um Fernando Alonso. Quando o Muricy deu sopa por aí...

Com relação ao futebol, seus valores e aqueles que recebm para "discuti-los", bem, no geral, é bem isso que você disse - pasteurização geral, produção industrializada de informação. Já assisti algumas vezes ao Cartão Verde, é um programa bom, mas o horário não bate com o meu. Quanto ao Estádio 97, não digo que os caras são uns gênios, mas confesso que eles sabem entreter, e são humildes. Por exemplo, o Benja e o Domenico respondem a todo email que você enviar. Acho isso valiosíssimo, fora que eu já tive a oportunidade de conhecê-los pessoalmente, e todos me transpareceram essa humildade. Por isso eu os prestigio com minha audiência. Quanto às propagandas, infelizmente, isso é tão inexorável quanto aquela "dama de preto"...

Quanto ao Piquezinho, iremos discutir sobre isso, mas posso te adiantar que abomino o que ele fez. Tanto a decisão de marmelar a corrida quanto a de jogar a marmelada no ventilador (apesar de que, pelo que ouvi, quem denunciou foi o Piquezão). Por mim, esse cara não corre mais em lugar nenhum!

Forte abraço, meu velho! E sexta-feira está marcadíssimo! Aliás, estou é muito ansioso por começar as aulas! Anota aí, meu velho, vou botar no meu currículo esse inglês fluente!

Ivo La Puma disse...

Aos meus honrosos leitores: republiquei este último texto com algumas correções gramaticais que percebi somente na segunda leitura que eu fiz. O sentido, de forma alguma, foi alterado. Se ainda persistirem os sintomas, procurarei um professor. Muito grato pela compreensão.

Renan KM disse...

Ole Porooooo !!!

http://escudoverde.blogspot.com

Seja fã de Marcos :

http://saomarcos12.blogspot.com

Abraços e vamos detonar as sardinhas !

Irineu Curtulo disse...

Boa tarde!
Todos os dias as "Carroças de Comunicação" lançam manchetes e matérias provocando e tentando desestabilizar o NAÇÃO PALMEIRENSE. Muitos Blogs da Mídia Palestrina nos mostram estes péssimos jornalistas. Muitos Blogs da Mídia Palestrina fazem até campanha pra que não participemos dessas "Carroças de Comunicação". Essa é uma perseguição eterna. Está na hora de fazermos algo concreto pra combater esse absurdo. Gostaria de lhe sugerir o seguinte: confeccione um dossiê das manchetes sobre o Palmeiras, em 2009, e junto a esse documento crie um abaixo-assinado digital. Nós assinaremos tal documento e o enviaremos à Diretoria. Contate as organizadas pra que junto a entrega desse documento à Diretoria façam um protesto no Palestra com faixas alusivas a esse dossiê. Sei lá, é só uma idéia (gosto da ortografia que assassinaram).
Irineu Curtulo