Um pouquinho de ânimo

2010 tem sido um ano bem atípico para mim. Devido a uma série de motivos particulares, além da frustrante perda do Brasileirão de 2009, estou um tanto afastado do futebol e do nosso Verdão querido. A paulada levada em 2009 ainda lateja na cabeça, e quando Belluzzo demitiu o Muricy e perdeu o comando do futebol palmeirense para Gilberto Cipullo já neste ano, meu desgosto desceu abaixo do nível do esgoto. Não tinha jeito mesmo de ganhar o Paulistão. Apenas nos sobrou a carimbada que daremos na faixa do futuro campeão paulista (mas ainda desejo o Ramalhão campeão) e a Copa do Brasil.

 

Pois é, a Copa do Brasil. Estamos nas quarta-de-finais. Para o título faltam apenas 6 jogos. Curto caminho para a Libertadores e para um título importante. Considerando o chaveamento dos confrontos, chegar à final está mais que possível. E uma vez lá, é mata-mata, é decisão, a camisa pode fazer a diferença. Considerando esse cenário, comecei a me animar um pouquinho.

 

E esse pouquinho de ânimo tem vindo, não somente pelo avanço conquistado na Copa do Brasil. Tenho gostado da performance de alguns dos reforços que vieram este ano. Lincoln tem demonstrado muita personalida e está honrando, por enquanto o manto alviverde. E eu aposto no Marcos Assunção. Para mim, ele é aquele jogador que eu sinto falta desde a saída de César Sampaio. Um jogador técnico, com raça, liderança e nervos de aço. Sempre é preciso jogadores desse quilate nos momentos cruciais. Marcos Assunção ainda não vestiu a camisa alviverde, mas estou contente por sua vinda. E tenho gostado muito de suas declarações na mídia. Ele tem demonstrado que está ciente do que é ser jogador do Palmeiras. Ele sabe que tem que vir para cá, jogar, honrar a camisa e ser campeão. Se não, será muito bem cobrado. Tão bem cobrado quanto às faltas que ele cobrou pela Itália e Espanha, que fizeram tremer até o renomado Ilker Casillas.

 

Em resumo, apesar do Cipullo no comando, estou sentido o sopro de bons ventos para a nossa direção. Está faltando quase pouco para arrumar a casa de vez. Um camisa 9 de verdade, para nos livrarmos da dependência do Robert, que tem merecido meu respeito, pois tem feito gols em jogos importantes - mas vê se nunca mais faça esse merda de paradinha, cazzo! - e a volta do Valdívia, meu Deus!

 

Acontecendo tudo isso, minha gente, podemos não ganhar nada até o fim do ano, mas tenho certeza que o time voltará a encantar a sua torcida. Pois até 2008, o time tinha raça e magia. Que é o que o palmeirense quer sempre ver nos gramados onde o escudo do Palmeiras estiver desfilando.

Que sensação estranha!

Pela primeira vez, não estou em êxtase com uma vitória do Palmeiras num clássico.

 

Meu ânimo havia se reduzido a zero, nesta última Quarta de Cinzas. Muito menos pela goleada sofrida em casa diante do Azulão do que pela sacanagem feita pela diretoria contra o Muricy.

 

Eu tenho as minhas convicções. Acredito que não se deve demitir um técnico devido a maus resultados. A contratação de um técnico faz parte do planejamento que a direção realiza a cada período. E a avaliação do trabalho do técnico deve ocorrer ao final do período (lê-se, contrato). Para constatar que Muricy havia fracassado no comando do Palmeiras, apenas ao final deste ano, confrontando os resultados obtidos com os resultados que eram esperados. Se no meio do caminho se percebe que o técnico não serve, me desculpa meu amigo, então todo o planejamento está errado.

 

E mais, no caso do Muricy, como considerá-lo como imprestável, se ainda faltam jogadores para o elenco? Não temos atacantes. Se ainda não há os atacantes, a culpa é de quem? Do Muricy? Que eu saiba, ele não é manager do Palmeiras, é apenas o comandante técnico. O manager é o Cipullo, o general-de-campo designado pelo Presidente Belluzzo para conduzir o Palmeiras nas batalhas da temporada.

 

Quem tinha que cair era o Cipullo! Ou então, que nada se mudasse! Oras, se ainda faltam jogadores, e está difícil, de fato, contratar bons jogadores, se deveria ter paciência e persistir no caminho definido desde o início. É preciso seguir o planejamento. Demitir técnico por causa de uma goleada ou outra é coisa de amador. Essas são as minhas convicções.

 

Eu não tenho nada contra o Antônio Carlos. Um zagueiraço. Ganhou muitos títulos no Palmeiras. Só tenho contra ele aquela acusação de racismo, quando ele estava no Juventude. Como posso torcer para um técnico racista?

 

Será que é por isso que eu não me sinto feliz hoje? Ou será que é por que a vitória de ontem é a vitória daquilo que eu não queria que sobreviesse no time que eu amo? Eu não queria que Muricy caísse, muito menos que a coisa se desse como se deu.

 

Ou será tudo isso e o fato da vitória não ter sido contra o Corinthians, o maior rival, que é impossível de não se comover quando derrotado?

 

Que sensação estranha, muito estranha, ainda não consigo entender o que está se passando comigo...

Por enquanto, ficarei um pouco afastado

Meus amigos, a verdade, a mais pura verdade, é que eu estou desanimado.
Ainda não me aqueci do balde de água gelada despejado em minha cabeça,
quando o Palmeiras perdeu o título de Campeão Brasileiro de 2009.

Não tenho vontade de escrever nada. Nem para ralhar com a diretoria, que
ainda não trouxe os jogadores de que precisamos, nem para maldizer até a
sétima geração de Vágner Love, por ter abandonado o nosso time - o nosso
time que o fez ser o que ele é. As agressões que aqueles vândalos fizeram na
agência bancária apenas foram o álibi perfeito. Vágner Love não ficaria de
jeito nenhum. Ele já queria ir para o Flamengo. E o Palmeiras não se
qualificou para a Libertadores. Então ficou tudo fácil.

Ano passado eu não deixei de assistir a nenhum jogo que pude assistir.
Cheguei a desmarcar, ou deixar de marcar, compromissos que coincidiam com o
horário dos jogos do Verdão. Este ano, já não estou me permitindo investir
tanta emoção. Assisto aos jogos quando eu estou em casa. Ir ao estádio? De
jeito nenhum. Ainda estou ressentido. Ainda estou traumatizado. Talvez
precise de uma terapia.

Por enquanto, ficarei um pouco afastado de você, meu Verdão.

Vágner Love vai continuar no Verdão?

Ouvi atentamente a entrevista que o Presidente Belluzzo concedeu ao Alex Müller, da Rádio Bandeirantes, agora há pouco, no horário do programa Esporte Notícia.

 

Na entrevista, nosso Presidente disse a ideia é manter a base do elenco, trazer alguns reforços para complementar algumas posições e valorizar o time. Disse que não pode dizer sobre nenhuma negociação, para não estragar o negócio, mas disse que a contratação de Edinho, do Lecce (ITA), pode se concretizar em 1 ou 2 dias. Apertado por Müller, o Presidente soltou que estão sendo procurados mais 2 jogadores para o ataque e mais 1 para a zaga, além do Edinho, já citado.

 

Müller não se esqueceu de perguntar sobre Kléber e Valdívia, sonhos de consumo de qualquer palmeirense, o que o Belluzzo respondeu que a situação contratual de ambos é complicada para trazê-los agora. Se houver negociação, é para o futuro.

 

Contudo, o entrevistador se esqueceu de perguntar do Vagner Love. Talvez não tenha se esquecido, talvez o "namoro" do atacante com o Flamengo tenha "miado" e o já seja sabido que ele vai continuar no Verdão.

 

Porém, agora eu gostaria que ele saísse.

 

Poucas e boas

Vou falar pouco agora.

 

Danilo. Bela contratação! Sim, contratação. Agora ele é nosso em definitivo. Fazia tempo que não surgia um zagueiro assim, com exceção do Henrique, que ficou apenas seis meses com a gente.

 

Léo. Acho que é uma boa contratação também. Garoto promissor e com personalidade. Gostei de suas declarações, após o anúncio de sua vinda à Academia. Este parece que tem nervos de aço.

 

Vágner Love. Não concordo com os estúpidos, que pensam que são palmeirenses, que o agrediram. Mas se não quer ficar, tchau! Vai pro Flamengo! Vai pro Rio, disputar Libertadores, badalar com o Adriano! Não adianta ficar, receber rios de dinheiro, sem o mínimo de empenho.

 

No geral, penso que a diretoria está fazendo tudo certinho até o momento. Só lamento o Ortigoza não ter sido contratado em definitivo. É um jogador que já provou sua utilidade no time. Poderia-se fazer um esforço para mantê-lo conosco.

 

Não sei por que todo jogador que é contratado é com vistas a vendê-lo no futuro. Por que não contratar jogadores com perfil para ficar anos e anos no clube? Para mim, Ortigoza é um deles. Assim como Pierre. São jogadores com potencial para se elevar à categoria de "ídolo" da torcida, pois têm raça, demonstram vontade de vencer. Não vão pipocar, como o Keirrison e o Vágner Love, agora.

 

Protestos que servem a quem não nos serve

Acabo de ler notícia veicula no GloboEsporte.com, "Torcida organizada do Palmeiras faz protesto em frente ao Palestra Itália".

 

Quero expressar que não concordo com as críticas. Vagner Love decepcionou mesmo. Mas é preciso levar em conta que jogar futebol na Rússia é muito mais fácil. O futebol brasileiro é muito mais competitivo e o jogador está fora há cinco anos. Infelizmente, ele não conseguiu se adaptar satisfatoriamente. Mas nós o conhecemos e podemos confiar que ele pode nos ajudar em 2010. Quanto ao Diego Souza, não dá para criticá-lo. Uma andorinha só não faz verão. Ele brigou bastante pelo time em campo. A responsabilidade dele pelo fracasso da equipe no Brasileirão é igual à de todos os outros jogadores. Não concordo em crucificar somente estes dois jogadores.

 

Agora, quanto às críticas contra a diretoria, aí não dá para entender. Estão falando que o Palmeiras foi vendido para a Traffic. E quando era o Mustafá que comandava o clube, na era pós-Parmalat? O clube não era "vendido" a ninguém, e no entanto caímos para a Série B! Pára! Este tipo de crítica só fortalece a oposição! E essa crítica não tem cabimento. O Palmeiras não está vendido a ninguém! O tipo de parceria que o Palmeiras tem com a Traffic é o mesmo que, por exemplo, o São Paulo tem com Juan Figuer, que tem muito bom relacionamento com a diretoria são-paulina e tem sempre colocado diversos jogadores no Morumbi.

 

A relação Palmeiras-Traffic, depois da Lei Pelé, é mais comum que andar para frente! E além disso, essa é a única forma do Palmeiras poder ter em seu elenco jogadores jovens e com potencial de venda para o exterior. Enquanto nossas categorias de base ainda não estão à altura da grandiosidade que é o Palmeiras, pois infelizmente, por muito tempo, nossas diretorias negligenciaram o setor de revelação de novos talentos para o futebol, recorrer aos empresários é a única forma de conseguir montar elencos decentes.

 

Senão isso, o que nos resta é o tal do "bom e barato", que não tinha nada de bom, muito menos de barato, que só fez nos levar ao vexame de cair para a Série B, fora o jejum de títulos desde a saída da Parmalat.

 

E nós sabemos muito bem quem é que gostaria do "bom e barato" de volta à direção do nosso Verdão!

 

Agora eu sou o Presidente do Palmeiras!

Então vamos lá. Agora eu sou o presidente do Verdão, e as minhas decisões sobre o elenco para 2010 são as seguintes:

- Nem sei por que estão falando que o Muricy pode cair. Técnico no Verdão cumpre contrato até o fim. Caio Jr. ficou até o fim. Luxemburgo foi demitido porque quis ser o presidente do Palmeiras. Não penso que esse seja o perfil de Muricy, o de alguém que não sabe qual é o seu lugar e vá querer dizer qual jogador que veste ou não a camisa do Palmeiras. Muricy está mantidíssimo. E tenho certeza que fará um excelente trabalho!

- Goleiros. São Marcos, Bruno e Deola. Nenhum porém. Nenhum time do Brasil tem um trio como esse para a defesa de sua meta.

- Laterais: Figueroa é titular. Wendell é reserva. Armero precisa de sombra. No fim, não jogou sombra do que jogou no início. Precisamos de outro lateral-esquerdo, já que Jefferson demorou a procurar seu destino em outras paragens.

- Zagueiros: Danilo e Maurício Ramos devem ser mantidos. Mas precisamos de mais um zagueiro com experiência e lenha para queimar. Quando digo lenha para queimar, quero dizer um zagueiro que não esteja para terminar a carreira e que tenha técnica e sangue frio. Marcão pode continuar, mas não pode ser titular.

- Volantes: Jumar, graças a Deus, já disse adeus. Vai ser indolente lá no Vasco da Gama! Nunca vi um cara com o físico que tem se arrastar em campo! Tchau, Jumar! Sandro Silva pode continuar, mas como titular ainda não. Nosso meio campo é Pierre e mais um. E esse um precisa ter o perfil do César Sampaio. Forte, técnico e com liderança. Faltou um César Sampaio em campo este ano. Edmílson não serviu para esse propósito. É técnico, mas fraco fisicamente e não soube exercer uma liderança positiva no elenco. São Marcos é uma bandeira do Palmeiras, mas ele é emoção, é coração na ponta da chuteira. Além de um líder como São Marcos, precisamos de outro de sangue frio, de nervos de adamantium, como o César Sampaio. Quanto ao Souza, ele ainda é menino, tem que continuar no time, pois se trata de um jogador promissor, mas tem que continuar no banco.

- Meias: Se eles quiserem, acho que os três meias atuais podem continuar no elenco. Cleiton Xavier e Diego Souza como titulares e Sacconi como reserva. É preciso trazer mais um. Valdívia é o sonho de consumo. Conca não seria nada mal.

- Atacantes: Para o elenco, Ortigoza é excelente. Não é um primor de técnica como Evair, mas não pipoca, ele tem nervos de aço. Contrato em definitivo já! Robert, se quiser ficar, pode ficar no banco. Quanto ao Vagner Love, a permanência no time vai depender dele. Dele querer jogar futebol. Se quiser ir para o Flamengo fazer a vontade do pai, que vá! Não jogou nada este ano. Mas temos que trazer mais dois atacantes de peso. Kléber é meu preferido, mas parece que ele não quer sair do Cruzeiro, só se for para jogar no Flamengo (agora, o Flamengo virou o Real Madrid do futebol brasileiro, todo mundo quer jogar). Sempre gostei do Borges, mas parece que vai para o Grêmio mesmo. Se o São Paulo vacilar, tragam o Washington! Ouvi falar por aí em Fred, mas como não estamos na Libertadores, acho que vai ser difícil. Mas seria bom, ele não pipoca, apesar de ter sangue quente.

Resumindo, precisamos manter a base e reforçar as posições chaves. O nó górdio é o nosso novo César Sampaio, pois será o jogador que trará o equilíbrio para o time nos momentos decisivos. Se vocês se recordarem, César Sampaio foi o capitão do Palmeiras em todos os principais títulos da década passada - Brasileirão 93 e 94 e Libertadores 99. De momento, penso em Juninho Pernambucano e Verón. Só não sei se eles ainda teriam motivação para jogar com a determinação necessária com uma camisa com o peso que o Palmeiras tem.